O ano de 2015 foi muito difícil para todos os setores da economia brasileira, que encerrou o exercício numa recessão de 3,8%, quando comparado ao ano anterior. No entanto, o agronegócio foi um dos únicos setores da economia que mostraram crescimento, fechando o ano com resultado positivo de 0,4%, e oferecendo oportunidades de negócios aos grupos econômicos envolvidos na agricultura, pecuária, agroindústria e serviços agregados.
“nosso segmento se mostrou fundamental para a melhoria dos indicadores econômicos do Brasil”
Além de outros, dados divulgados pela Confederação da Agricultura e Pecuáriado Brasil (CNA) demonstram que o agronegócio aumentou sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional para 23% ante os 21,4% de 2014. Além disso, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a balança comercial brasileira teve saldo positivo de 19,7 bilhões de dólares exclusivamente em função da contribuição de 75,2 bilhões de dólares da balança comercial do agronegócio. Em suma, novamente nosso segmento se mostrou fundamental para a melhoria dos indicadores econômicos do Brasil, além é claro de garantir a segurança alimentar da população brasileira e até mesmo de outros países que recebem nossas exportações agrícolas e pecuárias.
Se dentro do agronegócio o cenário é positivo, as incertezas com relação aos desdobramentos da crise econômica na agricultura e o aumento do dólar foram fatores apontados por derrubar o setor de fertilizantes NPK, que registrou uma queda de 6,2% no volume comercializado em 2015 com relação ao ano anterior, segundo informações da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).
“o setor de Tecnologia em Nutrição Vegetal se consolida como um forte expoente dentro do agronegócio nacional”
Entretanto, quando se trata especificamente do setor de fertilizantes especiais, o quadro é crescente. Conforme constatou pesquisa realizada pela YEB-ABISOLO com mais de 120 empresas do segmento, o mercado cresceu em torno de 13%, confirmando que, mesmo em meio às incertezas e impactos negativos da taxa de câmbio, o setor de Tecnologia em Nutrição Vegetal se consolida como um forte expoente dentro do agronegócio nacional, figurando definitivamente para o incremento da produtividade agrícola e consequente preservação de áreas naturais e de seus recursos.
Para se entender os motivos dessa disparidade, é importante compreender as similaridades e diferenças entre os fertilizantes NPK e os fertilizantes com tecnologia agregada, ou “especiais”, como conhecidos no mercado. Os dois grupos têm bases comuns, na extração de minérios e na indústria petroquímica. No entanto, os fertilizantes especiais sofrem uma sequência maior de processos físicos, químicos e biológicos, que os agregam a novas funcionalidades para as culturas agrícolas. Essa sucessão de processos industriais resulta na menor influência do câmbio, maior diversidade de produtos e também uma maior eficiência agronômica, comprovada na aplicação de doses menores e resultados cada vez mais evidenciados, tanto pela pesquisa, quanto pela prática adotada pelos melhores produtores rurais.
“este segmento passou por um período de disputa por seu espaço em um sistema tecnológico já estabelecido”
É importante ressaltar também que este segmento é relativamente novo, pois as tecnologias de agregação de valor aos fertilizantes têm pouco mais de 40 anos, enquanto que os fertilizantes NPK já são explorados desde meados do século XVIII, com as primeiras produções comerciais de superfosfato simples, na Inglaterra, e posteriormente de ureia na Alemanha. De modo que este segmento passou por um período de disputa por seu espaço em um sistema tecnológico já estabelecido, enfrentando fortes resistências da pesquisa oficial e dos formadores de opinião, que não enxergavam até então o potencial das novas tecnologias.
Nos últimos anos, a utilização dos fertilizantes especiais se tornou extremamente abrangente no Brasil, em termos de culturas, épocas de aplicação e regiões agrícolas. Também a pesquisa, em especial nas universidades, por meio de seus cursos de pós-graduação, tem demonstrado, de forma cada vez mais clara os benefícios da correta utilização desses fertilizantes nos mais diversos cultivos.
Além disso, observamos um aumento na oferta pelo grande número de empresas atuantes no mercado brasileiro, que ultrapassa as 500 empresas, que contam em sua quase totalidade com equipes técnico/comerciais de campo que realizam um extenso trabalho de demonstração de resultados práticos e de pós-vendas, que consolidam as técnicas inovadoras apresentadas por elas.
“estima-se que mais de 80% das vendas do setor sejam realizadas pelos canais de venda”
Em linha com o exposto anteriormente, o setor de Tecnologia em Nutrição Vegetal encontra forte amparo nos canais de distribuição de insumos agrícolas, que têm nestes produtos uma fonte superior de agregação de valor por meio da prestação de serviço de assistência aos produtores, quando comparado a outros insumos que vêm enfrentando um achatamento das margens e diferenciações. Mesmo diante da crescente concentração da produção agrícola por grandes grupos econômicos e complexos agroindustriais, estima-se que mais de 80% das vendas do setor sejam realizadas pelos canais de venda, o que é bastante expressivo e que reforça a importância da assistência técnica constante para os fertilizantes especiais.
Por fim, é visível a maior profissionalização das empresas do setor que conta cada vez mais com multinacionais, companhias de capital aberto e mesmo fundos de investimento, que têm ampla vivência em outros segmentos da economia. Também, a incorporação dos fertilizantes especiais ao portfólio de produtos de empresas de outros setores resulta numa maior concorrência pelo espaço nas prateleiras e na mente dos agricultores e formadores de opinião. Para superar essa grande concorrência, as empresas têm ampliado seus investimentos na efetiva comunicação dos benefícios dos produtos e serviços agregados, utilizando as mais variadas técnicas de promoção, posicionando os fertilizantes especiais como peça fundamental no sistema produtivo.
“consolida o setor como um verdadeiro agente da transformação da agricultura nacional”
Os diversos fatores citados evidenciam e explicam a pujança da Tecnologia em Nutrição Vegetal e marcam este momento especial do lançamento desta segunda edição do Anuário da ABISOLO, que consolida o setor como um verdadeiro agente da transformação da agricultura nacional.
Autor: Anderson Nora Ribeiro – Diretor de Relações Institucionais e Comunicação Social da ABISOLO.